domingo, 4 de maio de 2014

O meu pai?

Bem, não posso chamar de pai aquilo.
Sempre me rejeitou, foi necessário o meu padrinho andar atrás dele para me dar o nome.
Tem mais uma filha e um filho, sendo que neste momento ela e eu temos a mesma idade.

Andava com 2 mulheres ao mesmo tempo.

Quando era mais pequena ele nunca quis saber de mim, nem nunca contou a filha que tinha uma irmã, a pontos de se ir encontrar com a minha avó e essa fedelha dizer que não tinha nenhuma irmã.
Como ele não queria saber de mim, a mãe dele queria, e pelo menos 1x por mês ia passar o fim de semana com ela, mas como era doente muitas das vezes não ia.

Quando ela se mudou para o Sobral de Monte Agraço, eu ia, mas entretanto o homem com que ela estava tentava agarra-me e beijar-me a pontos de eu lhe dar um pontapé e fugir, e ainda levei com ela pois ele disse que me quis dar um beijo de bons dias e eu bati-lhe. Sabia que uma prima minha andava com ele pois ele dava-lhe coisas.
Nunca eu imaginei que ao recusar-me a ir novamente lá a casa iria evitar uma violação vinda da parte dele, pois anos mais tarde soube que ele tinha violado 2 primas, a minha irmã, uma outra prima deficiente e um primo meu, fora os que eu não sei.

Como quando se descobriu todos eram maiores de idade, menos 1 das primas, a qual se recusou a deslocar-se a Portugal (está em França) para ir a tribunal, ele levou a "pesada" pena de 3 anos de pena suspensa.
Voltado a coisa que é meu pai.

Ele numa altura deveria eu ter uns 6 ou 7 anos virou-se para mim e disse que nunca tinha gostado da minha mãe, que apenas tinha andado com ela pelo gozo, e que provavelmente nem era filha dele, pois a minha mãe andava as 2ªs, 4ªs e 6ªs com ele e as 3ªs, 5ªs e sábados com o irmão. A minha mãe disse que era mentira, que ele é maluco.
A verdade? Não faço a mínima ideia.

Entretanto soube que tinha um irmão, e anos mais tarde vim a dar-me com eles, mas durou pouco pois eles começaram a envenenar-me contra a minha avó e a falar mal da parte materna e eu não gostei e respondi, nesse dia o meu irmão tinha estado comigo em minha casa e esqueceu-se de um cd, e eu e o meu ex R. fomos lá entrega-lo, e ele correu comigo pelas escadas abaixo a insultar-me e a querer bater-me, também respondi que " Foder é bom, mas assumir as consequências é para os outros".

Anos mais tarde encontrei o meu irmão a estudar num local onde eu tinha tirado um curso e estava a estagiar.
Voltei a dar-me com a família do pai. 

Foi nessa altura que soube que o outro filho da puta tinha violado uma carrada de pessoas. Passei o primeiro natal com eles.
Tinha algum tempo livre pois estava desempregada e a estudar a noite, a minha avó estava a viver na casa de um senhor onde era dama de companhia e tratava da casa, não tinha namorado..
Ia jantar a casa do pai 2 a 4x por semana. Entretanto comecei com testes, o sr que a minha avó cuidava morreu, fiquei com menos tempo, depois arranjei namorado e menos tempo fiquei, mas não deixei de lá ir, mas reduzi para 1 a 2x por semana. Uma vez convidaram o meu amado a lá ir jantar, correu tudo bem.

Mas de um dia para o outro deixaram de me falar, não faço ideia o porquê, tentei saber mas não me respondiam, só diziam que sabia bem o que tinha feito. 

Entretanto o parvo do meu irmão começou com ameaças e merdas e eu avisei-o que se continuasse ia a policia fazer queixa. Ele disse que se fizesse mal a sobrinha me matava, como se eu fosse capaz de fazer mal a uma criança de 2 anos que eu ADORAVA.

Entretanto volta e meia aproximava-se por telemóvel, afastava-se, aproximava-se...até que me fartei e disse para ele se decidir.

Soube pelo facebook que tenho mais uma sobrinha.

Enfim, ao inicio custou, não digo já não custa, mas já é muito pouco.
Gostava de ter sabido o que era ter pai de verdade, de crescer com pai, mas tive a minha avó materna que me manteve viva, dou Graças a Deus por isso.

Bjs
Cláudia

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Decisão final (outro blog)

(Post exportado de outro blog publicado em 02 Maio 2014)

O que me levou a seguir em frente para uma segunda cirurgia?

Depois de muito reflectir na minha vida, vi que assim nunca iria a lado nenhum, nem a nível de saúde, nem profissional, nem pessoal.

Em questões de saúde a hipertensão não me larga, as articulações andam mal, coluna nem se fala, logo é mais que motivo para seguir em frente.

Em relação a nível pessoal, é o perigo que tenho em ser obesa e asmática, que eu e o amado temos medo de ter filhos, e a falta de dinheiro por estar desempregada não abona em nada.

A nível profissional, infelizmente as pessoas cada vez mais são julgadas pela sua aparência, mesmo que só tenham porcaria na cabeça e não sejam competentes ficam com os cargos, enquanto quem é obeso fica-se pelo caminho.

Durante toda a minha infância, adolescência e jovem adulta, fui ridicularizada, mal tratada, excluida dos grupos, e isso magoa muito. 
Manda imenso abaixo quando vamos a uma entrevista de emprego e dizem que não temos apresentação para o cargo, hoje em dia nem em call center aceitam gordas...será que isso se nota na voz? Não, pura e simplesmente preconceito.

Para conseguir chegar ao meu objectivo final, tenho de criar força de vontade, deixar de ser preguiçosa e de arranjar desculpas para tudo.
Tenho de lutar pela minha vida e pela minha felicidade e de quem me quer bem.

Por todos estes motivos e muitos mais decidi fazer a 2ª cirurgia e não cometer os mesmos erros que cometi na primeira.

Beijos
Cláudia

Eu (outro blog)

(Post exportado de outro blog publicado em Maio 2014)

O meu nome é Cláudia, tenho 30 anos, moro no Cacém e sou obesa.

Nasci e cresci em Lisboa, vivi com a minha mãe, avó e irmã até por volta dos meus 6 anos, passando a viver apenas com a minha avó dai em diante até por volta dos 26 anos .

Sou asmática desde que nasci, com imensos internamentos na Estefânia, chegando a estar 1 mês internada, ter alta, chegar a casa e regressar. Derivado a este problema faltei imenso as aulas, ficando sempre bastante atrasada em relação a turma.

Comecei a engordar aos 8 anos, os médicos até brincavam com o meu médico se tinha andado a soprar para dentro de mim, para engordar cada vez mais. Cortisonas, atrás de cortisonas era o que ele me dava.

Ainda com 13 anos fui violada por um suposto amigo da família, ai fui-me abaixo, não contei a ninguém e comecei a ficar com depressão nervosa, e a engordar cada vez mais. Se a minha infância não tinha sido propriamente feliz, aqui piorou bastante.

Aos 14 anos comecei a namorar, foi até aos 15, quando ele me trocou por uma mulher com a idade da mãe dele. Toca a ir mais abaixo, aqui já rondava os 80 kg, e aumentei ainda mais.

Até aos 24 andei perdida em todos os aspectos, a engordar cada vez mais, com compulsões alimentares misturadas com compulsões de choro e sem auto-estima nenhuma.

Em Maio de 2007, com 24 anos e 114 kg em cima, já tinha desistido de viver e com 1 tentativa de suicido falhada, já tinha planeado a segunda e 2 dias antes de a executar, um rapaz se meteu comigo na internet, foi ele que me salvou.

Começamos a namorar no mesmo mês, reaprendi a ser feliz, fui mimada como nunca havia sido antes. 
Em Setembro de 2008 junta-mo-nos na casa da minha avó, ficamos lá 2 anos. 2 anos em que desemprego, e saúde não me ajudaram a pontos de atingir 125kg.

Em Agosto de 2009 tava eu com 125kg, morre o meu avô a 3 dias do meu aniversário, lá fui eu bastante abaixo, e entre sobe e baixa de peso em Outubro tinha 131kg.

Em Outubro de 2009, chamam-me para ser operada, pois em 2007 tinha-me inscrito para operação para emagrecer. Entretanto por enganos e mudanças no serviço o anestesista não foi informado que tinha 3 pessoas para ver para serem operadas nessa semana. Finalmente fui operada a 9 de Novembro de 2009, fiz um sleeve gástrico, contava já com 139kg, claro que o stress fez-me aumentar o peso.

Em Setembro de 2010 muda-mo-nos de casa, eu e o meu amor, finalmente tínhamos o nosso cantinho, o "nosso" T0...

Fiz um curso EFA (2009-2011) de Técnica de Contabilidade nível IV, para ter o 12º ano, mas como ficou a faltar um módulo, ficou em águas de bacalhau..2 anos ainda empatados.

Entretanto entre Setembro e Dezembro de 2010 cheguei aos 92kg e comecei progressivamente a aumentar de peso.
O que falhou? Muita coisa. Desleixo, falta de exercício, falta de auto-estima, falta de força de vontade, continuava a ter fome, continuava com compulsão alimentar, falta de apoio psicológico, em seguimento da cirurgia, pois 1 consulta de 6 em 6 meses não dá para nada.

Em Dezembro 2012 conclui o módulo que me faltava do curso efa, levei mais de 1 ano até conseguir aquele módulo em especifico e para tal desloquei-me de Lisboa ao Carregado 3x por semana para o concluir e ter direito finalmente ao 12º ano, pensava eu.

Em Abril de 2012, voltei a entrar em lista de espera para nova cirurgia, desta vez um by pass gástrico, contava com cerca de 120kg já nessa altura.

Maio 2013, muda-mo-nos de casa, derivado a várias situações, para um T1 em São Marcos, parvos fomos nós por ir para este apartamento. Desde elevadores sem funcionar (moramos num 5º piso que equivale a 7º piso), lareira inoperacional, problemas de humidade nas paredes, problemas de intercomunicadores, etc.

Desde Agosto de 2013 que tenho andado a tentar não aumentar muito o peso, andando entre os 118kg e os 122kg, melhorei um pouco a alimentação, tentei fazer exercício físico, mas os meus diversos problemas de saude mandava-me sempre abaixo....

Desde Janeiro 2013 tento obter o meu diploma/certificado de habilitações do curso e não o consigo, já mandei email's sem resposta para a anquep, já lá fui umas 4 vezes, já mandei 2 cartas e o assunto não se resolve. Se passa diplomas a quem termina porque não passam aos que já terminaram?

Maio de 2014, informam-me que irei ser operada dia 29 de Maio, para me apresentar no hospital dia 28 por volta das 12h.


Este é um pequeno resumo da minha vida, sobre a minha avó, irmã, memórias e outros assuntos falarei mais tarde.

Até breve

Cláudia